Leia historinhas infantis para seus filhos
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Pinóquio

Era uma vez, um velho e bondoso marceneiro chamado Gepeto. Era um homem muito bondoso e estava sempre pronto a agradar as crianças que se aproximavam de sua oficina. Sempre criando brinquedos de madeira ou consertando aqueles que apareciam quebrados.

Apesar de ser uma pessoa muito querida na cidade, o velho Gepeto era um homem solitário, não tinha esposa e consequentemente, não tinha filhos. O que o entristecia muito já que gostava muito de crianças.

Certo dia, ao estar sozinho em sua oficina, Gepeto teve a excelente ideia de criar um brinquedo para ele, quer dizer, não era bem um brinquedo, mas sim alguém para lhe fazer companhia em momentos como aquele. Foi então que ele construiu um boneco de madeira.

O boneco de madeira ficou tão parecido com um menino que Gepeto começou a conversar com eles em todos os momentos em que se encontrava sozinho na oficina, e para algumas crianças, chegou a apresenta-lo como Pinóquio.

A vida do velho Gepeto parecia mais amena com a companhia daquele boneco de pau e, certa vez, passava por ali uma certa fada azul que já admirava aquele velho marceneiro e sua bondade com as crianças. Ao vê-lo conversando com o boneco de madeira como se fosse um menino de verdade, a fada azul teve uma excelente ideia.

Naquela noite, quando o velho Gepeto adormeceu ela encantou aquele boneco e lhe deu vida. O boneco se levantou sem jeito e ficou deslumbrado com a fada azul que estava a sua frente. Como Pinóquio havia acabado de ganhar o direito à vida, a fada foi logo dizendo:

– Você é um garoto feito por mãos de um homem muito bondoso que sonhava em ter um filho de verdade. Por não poder ter, fez um boneco de madeira que é você e o qual, para tornar a vida desse grandioso homem, decidi dar vida.

– E por que a senhora, não me fez um garoto de verdade? Não tem poder para isso? – Perguntou Pinóquio achando engraçado a voz que saia de sua boca. – Eu sei falar!

– Sim, Pinóquio. Você sabe falar. Não poderia deixar para aprender tudo. Veja isso como uma forma de te ajudar a se transformar em um garoto de verdade.

– Mas por que a senhora não me fez de verdade? – Insistiu o boneco de madeira.

– Isso você terá que merecer… Seja tão bom, honesto e verdadeiro quanto o seu pai que em breve poderá se tornar em um garoto de verdade. Agora, fique em silêncio e espere o dia amanhecer para falar com seu pai, mas tome cuidado para não assustá-lo.

– Fada? Antes de ir, como vou saber se estou fazendo as coisas certas para me transformar em um menino de verdade?

– Boa pergunta… – Comentou a fada pensativa. Ela estalou o dedo e no ombro de Pinóquio surgiu um grilo falante, Pinóquio olhou-o de lado e reparou que além de aros no rosto, o pequeno grilo usava uma espécie de terno azul. – Este é o grilo falante, será como a voz de sua consciência.

– Consciência?

– Sim, Pinóquio. Consciência é aquela vozinha que fica falando em nossa cabeça quando estamos para fazer algo errado. Você não tem consciência ainda por não ser um menino de verdade, por isso o grilo será a sua e ainda, lhe ensinará como se comportar e viver como um menino.

Dizendo isso, a fada azul desapareceu e Pinóquio, obedientemente sentou-se no lugar em que estava e ali esperou o dia amanhecer. Quando os pássaros começaram a cantar e os primeiros raios de sol chegaram a janela da velha oficina de Gepeto, Pinóquio abriu os olhos, mas permaneceu em silêncio.

Inesperadamente percebeu a aproximação de algo que parecia ora se arrastar, ora não. Pinóquio que não sabia o que era medo, ficou apenas observando e logo em seguida, avistou aquele que provavelmente era o tal Gepeto.

– Bom dia, Pinóquio! – Cumprimentou o velho caminhando até a cozinha para preparar seu café matinal. Ele olhou pela janela. – Hoje parece que teremos um lindo dia… – Ele suspirou. – Pena ser um boneco de madeira, se tivesse vida, te levaria para brincar lá fora.

– Mas eu gostaria de brincar lá fora. – Disse Pinóquio. O velho deu um pulo e levou a mão ao coração e olhou na direção de seu boneco que, até a noite anterior, jamais estaria em pé sozinho. – O senhor poderia me levar?

Gepeto se aproximou maravilhado daquele milagre. Tocou no rosto de madeira de seu boneco. Achou que era um sonho, mas Pinóquio lhe disse que era de verdade, quer dizer, um boneco de madeira de verdade e não um menino de verdade.

Gepeto não se importou e nem continuou com suas perguntas. Com toda felicidade no mundo por ter companhia, pegou o garoto de madeira nos braços e começou a rodopiar com ele enquanto festejava. Depois de conversarem e Pinóquio falar ao pai sobre a fada azul. Gepeto agradeceu em seus pensamentos e pensou que, como ele parecia tão bem quanto um menino, Pinóquio teria que viver como um menino.

Gepeto saiu de sua casa correndo e pediu para que Pinóquio ficasse ali sem mexer em nada e sem ir para fora. Ele sabia que a maioria de seus vizinhos acharia aquilo muito estranho. Então ele correu para o armazém e trouxe algumas roupas e todo material escolar que Pinóquio precisaria para aprender.

No dia seguinte, vestiu o seu menino de madeira e disse que iria para a escola para aprender o que os meninos de verdade aprendiam e ainda, fazer amizades para tornar sua vida mais feliz e mais parecida com a vida de um menino de verdade. No caminho, Pinóquio seguia seu destino com muita felicidade até o momento que surgiu a sua frente uma raposa e um gato.

 A raposa e o gato ao verem um boneco de madeira falante ficaram tão maravilhados que perceberam que aquele ser poderia lhes render muito dinheiro e por isso se aproximaram de Pinóquio.

– Olá, – disse a raposa olhando para o boneco. – Onde o garoto está indo?

– Eu não sou um garoto. – Respondeu Pinóquio contente por estar conversando com uma pessoa diferente. Ia dizer que não era um garoto, mas sentiu-se tão bem que deixou por isso mesmo. – Sou… Quem são vocês?

– Quem somos não vem ao caso. – Disse o gato observando o garoto de perto. – Mas, nos conte garoto, para onde está indo com tanta felicidade?

O grilo tentava de todas as maneiras avisar Pinóquio a respeito daqueles homens, mas ele simplesmente não dava atenção para o pobre grilo.

– Estou indo para a escola. – Respondeu Pinóquio com um sorriso nos lábios.

– Escola? – A raposa sorrateira olhou para o gato com um sorriso maldoso nos lábios. – Garotos inteligentes como você não perdem tempo com escola, sabia?

– A melhor escola é a do mundo, garoto. – Reforçou o gato auxiliando o amigo. – Essa sim dá aulas para toda vida, aliás, nem precisa ficar preso em uma sala ouvindo uma pessoa metida a inteligente tentando ensinar um monte de bobagens…

– Na escola da vida você aprende vivendo. – Completou a raposa. – Estamos nessa escola desde que nascemos e agora estamos indo nos divertir com um show de marionetes que com certeza você iria se divertir.

– Pinóquio! – Alertava o grilo próximo de sua orelha. – Não vai com eles, você vai se dar mal.

Pinóquio estava tão curioso por aquele espetáculo de marionetes que, além de ignorar o pobre grilo ainda o afastou com um safanão. A raposa e o gato riram e seguiram para o show de marionetes.

Ao chegar ao show, Pinóquio ficou tão deslumbrado com tudo que nem percebeu que estava no palco ajudando os outros bonecos de madeira. As crianças que estavam ali se divertiam tanto que, o dono do show de marionetes viu que aquele novo boneco lhe deixaria muito rico. Foi aí que a raposa muito esperta disse que o boneco de madeira era dela e o vendeu para o dono do show de marionetes.

Assim que o show terminou, Pinóquio tentou ir embora, mas como o dono havia pago por ele, acabou ficando preso. Naquela noite Pinóquio chorou muito e aprendeu o que era saudade. Sentia falta do velho Gepeto e até mesmo de seu amigo grilo falante que tanto lhe avisara. Com o passar da noite, Pinóquio avistou um brilho azul e logo percebeu que era a bondosa fada azul.

– O que está fazendo preso nessa gaiola, Pinóquio? – Perguntou a fada azul. – Como veio parar aqui?

– Eu acabei me perdendo do caminho da escola e acabei ficando preso neste lugar. – Mentiu Pinóquio. Ele não queria que a fada azul brigasse com ele e por isso, inventou aquela história. – A senhora pode me tirar daqui?

Inesperadamente, o nariz de Pinóquio começou a crescer e ele se assustou muito com aquilo.

– Pinóquio. – Começou a fada azul. – Mentir é algo muito feio e por isso seu nariz cresceu. Toda vez que mentir, seu nariz crescerá mais e mais. E para parar de crescer é só dizer uma verdade.

Foi então que Pinóquio contou toda a verdade e seu nariz voltou ao tamanho normal. A fada ficou feliz com a atitude do garoto e voltou para o lar das fadas. Pinóquio se dirigia para a vila de seu pai quando percebeu um grupo de crianças correndo, curioso como era, perguntou ao último deles:

– Para onde vão com tanta pressa?

– Vamos para a ilha da diversão. – Respondeu o garoto. – Lá não tem escola e muito menos responsabilidades. Só diversão e muito doce.

Pinóquio decidiu acompanhar os garotos, o grilo tentou evitar que caísse em outra armadilha, mas não havia formas de fazer o garoto desistir da ideia. E como era responsável pelo garoto, o grilo acabou acompanhando-o.

A ilha era um lugar de diversão, com muitos brinquedos e muitos doces. Todas as crianças que haviam chegado com Pinóquio no barco estavam correndo para um lado para outro, ora comendo, ora brincando. Não demorou muito tempo para o cansaço cair sobre todas as crianças que acabaram adormecendo. Pinóquio também descansou, mas como era de madeira, não demorou muito para despertar.

– O que é isso? – Perguntou o grilo assustado ao perceber orelhas em seu amigo. – Nasceram orelhas em você? E orelhas de burro!

 Pinóquio correu para o rio e ao olhar em seu reflexo, percebeu que orelhas de burro estavam nascendo em sua cabeça, olhou para os outros garotos e percebeu que alguns além de orelhas de burro, já tinham patas e rabos. Imaginando o que estava prestes a acontecer, acordou as crianças e ao perceberem o que estava acontecendo, todas correram para o barco, mas com aquelas partes de burro, nenhuma estava apta para navegar. Foi quando Pinóquio, chamou por socorro.

Quando a fada azul chegou, ficou feliz por saber que Pinóquio havia chamado ajuda não somente para ele, mas para todos os garotos que ali estavam. Ela perguntou como havia parado ali, mas novamente mentiu e seu nariz cresceu mais uma vez. Agora ele não assustou com aquilo, então ele baixou a cabeça e contou a verdade e seu nariz voltou ao normal. Então a fada azul ajudou Pinóquio e seus novos amigos a voltarem para casa.

Pinóquio depois de tantos apuros, decidiu seguir diretamente para sua casa. Estava com saudades do pai e agora entendia muito bem por que lhe fizera ir para a escola, ele queria que Pinóquio fosse uma criança como qualquer outra e que aprendesse a conviver com outras. Mas ao chegar em casa, Pinóquio percebeu que o bom velhinho não estava ali e ficou triste, o grilo falante, muito esperto, notou um bilhete em que dizia que o velho sairia em busca do filho.

Eles saíram em busca de alguma notícia a respeito do velho Gepeto e acabaram descobrindo que ele havia saído de barco em busca de seu único filho, mas que, infelizmente, acabara sendo engolido por uma baleia. Aquela notícia fez Pinóquio sentir-se muito mal, afinal de contas, era por sua culpa que o seu pai havia saído em busca.

Pinóquio então pediu para que o grilo lhe explicasse o que era uma baleia e assim que soube o que procurar, se atirou no mar em busca da baleia que havia engolido seu pai. O grilo sabia que era uma loucura, mas não podia deixar o garoto ir atrás do pai sozinho e, sem pensar duas vezes, se segurou em suas costas e juntos foram a busca da baleia.

Não demorou muito tempo e logo uma enorme baleia surgiu na frente de Pinóquio, ela abriu a boca e engoliu o garoto. Dentro da baleia, Pinóquio saiu procurando pelo pai e, para sua surpresa, notou um pequeno barco e um velho de cabeça baixa. Pinóquio se aproximou e viu que era seu pai.

Quando o velho Gepeto percebeu que Pinóquio estava ali, ficou tão feliz que chorou de felicidade. Ao ver tanta felicidade, Pinóquio disse para si mesmo que nunca mais faria seu pai sofrer de preocupação. Foi então que, para escaparem da baleia, o velho Gepeto teve uma ótima ideia e acendeu uma fogueira no interior da baleia e não demorou muito tempo para serem espirrados de dentro dela.

Ao chegarem em casa, Pinóquio e Gepeto estavam muito felizes por estarem juntos novamente. Pinóquio não mentiu e contou tudo para seu velho pai que ouviu tudo que havia para ser ouvido. Naquela noite, Pinóquio recebeu a visita da fada azul novamente, mas desta vez, ele não havia chamado.

– Você aprendeu muito sobre o amor, lealdade e o que é certo e errado, Pinóquio. Estou muito feliz por ter dado vida a um boneco de pau tão bom.

A fada depois dessas palavras desapareceu e, Pinóquio adormeceu. Mas no dia seguinte, assim que despertou, notou que havia algo diferente, foi então que notou que se transformara em um garoto de verdade e a partir daquele dia, ele e Gepeto nunca mais deixaram de ser felizes.

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